Venerada em Dendera por nas suas mãos divinas florescer o amor, a bela deusa, filha de Rá, inúmeras vezes representada sob a forma de uma vaca, desempenhava, tal como sucedia a um rol imensurável de outros deuses, díspares papéis, em diferentes zonas do Egipto. Podemos afirmar que as suas origens remontam a uma época longínqua da história, já que a deusa consta do documento egípcio mais antigo conhecido até ao momento: a “Paleta de Narmer”, cuja leitura nos permite conhecer a unificação do Egipto por Narmer, primeiro faraó da I Dinastia, acontecimento que constitui a inauguração da instituição faraónica. Ambas as faces deste documentos estão ornadas com cabeças de vaca que, tal como referido anteriormente, simbolizam a deusa Háthor. No Delta, é associada ao céu, sustendo o disco- solar no seu toucado, enquanto, em Tebas, surgia como uma deusa da morte. Enquanto protectora da necrópole tebana, Háthor é representada como uma vaca emergindo de uma montanha escarpada que simboliza a falésia onde estão escavados os túmulos. Aqueles que se aproximavam da morte, suplicavam, assim, pela sua protecção, ao longo das suas viagens até ao além. Com efeito, tal como a maioria das divindades egípcias, Hátor sabia mostrar-se cruel e devastadora. Tomemos como exemplo uma das lendas, que procura explicar as mudanças de estação, na qual, após uma feroz discussão com o seu pai, Hátor refugia-se no desero, permitindo que as trevas invadissem a terra, uma vez que o Sol somente ocuparia o seu legítimo lugar, quando a deusa retornasse. A euforia rasga tão profundo pesar, quando, persuadida por seu pai, Hátor regressa, enfim, banindo a noite. Em torno desta personagem, tece-se ainda outra narrativa, notavelmente, violenta. Indignado por a humanidade lhe haver desobedecido, Rá toma a decisão de massacrá-la, enviando, para este fim, a sua filha, tornada num olho solar fulminante. Porém, ao contemplar a devastação que a sua filha causava, Rá compadece-se daqueles que lhe haviam desobedecido e toma a resolução de por fim a tão hediondo crime. Deste modo, convida a sua filha a sorver uma cerveja cor de sangue, que, além de a embriagar, lança-a num sono profundo. Ao despertar, a sua cólera insaciável havia-se desvanecido, pelo que os derradeiros sobreviventes da sua chacina permaneceram incólumes. Seguidamente, os esposos separam-se e ocupam as suas barcas, para que o cortejo possa dirigir-se para o santuário principal, onde os sacerdotes puxam as embarcações para fora de água e instalam-nas no recinto. Uma vez mais acompanhada por seu marido, Háthor saúda então seu pai, o Sol, que ao lado de Hórus velava por Edfu, como referem os inúmeros textos encontrados: “ela vai ao encontro de seu pai Ré, que exulta ao vê-la, pois é o seu olho que está de volta”. Terminado este encontro, tão lendários esponsais são enfim celebrados, prometendo, entre sumptuosos festejos, os dois deuses a divinas núpcias de luz. No dia seguinte, dá-se início a uma faustosa festa, que se demora pelos catorze dias do quarto crescente, num período de tempo marcado por um rol quase inefável de ritos, sacrifícios, visitas a santuários, celebrações, solenidades, entre outros eventos. Um grande banquete, no fim do qual dá-se a separação de Háthor e Hórus consagra o fim das festividades. Tal como salienta Plutarco, o escritor grego, na escrita hieroglífica o nome de Háthor lê-se Hut- Hor, isto é, “a morada de Hórus” ou “a habitação cósmica de Hórus”, sendo portanto flagrante que a deusa representa o espaço celeste no qual o Hórus solar se desloca. Denominada “Senhora do Sicômoro”, deusa das árvores, Hátor surge inúmeras vezes a amamentar os defuntos, especialmente, os faraós, mediante os longos ramos de um sicômoro. Háthor, como deusa benevolente, possuía a intensa devoção, não somente de nobres, mas também dos mais Em matéria de iconografia, a sua representação mais interessante é aquela que lhe permite surgir como soberana dos quatro cantos do céu e senhora dos pontos cardeais. Os quatro semblantes que a representam simbolizam cada um deles um determinado aspecto da sua personalidade, ou seja, Háthor- leoa, sublime olho dos astro solar, que os inimigos de seu pai, Ré, aniquila sem hesitar; Háthor- vaca, poderosa soberana do amor e do renascimento; Háthor- cobra, incarnação da beleza e juventude; e, por fim, Háthor- gata, eterna protectora dos lares e, claro, ama real. Não lhes sendo possível distinguirem-se noutros planos profissionais, muitas mulheres tornavam-se sacerdotisas de Hátor (mais tarde designadas por “cantoras de Ámon”,) uma vez que as actividades musicais que desempenhavam permitiram-lhes investir-se de funções honrosas. Por seu turno, fora dos cortejos religiosos, as bailarinas de Háthor, ostentando somente uma tanga curta, arredondada na frente, entretinham os convidados de um banquete. Ao observarmos o vão sul, somos maravilhados com uma cena, reproduzida não raras vezes em díspares pontos do santuário, que nos o corpo de Nut, a abóbada celeste, cujo corpo, banhado pelas ondas do oceano inferior, prolonga-se de uma extremidade à outra da sala. Os seus pés acariciam o este, enquanto que a sua cabeça repousa a oeste. Ao executar o seu trajecto cíclico, o deus solar incarna alternadamente os corpos diurnos e nocturnos de Nut, alumiando a terra de dia, enquanto, por oposição, de noite a lança nas trevas, desaparecendo, tragado pela deusa, para ir iluminar as regiões subterrâneas. Outra imagem oferece-nos, assim, a ressurreição do Sol , que os seus mil raios derrama sobre o templo de Dendera, personificado pela cabeça de vaca de Háthor, colocada sobre um edifício. |
Antes de entrar no templo tire seus sapatos, abra seu coração, abra bem seus olhos... Você esta entrando num lugar sagrado, deixe-se invadir pelo que sua alma deseja..., se sua alma deseja cultura, ela será alimentada, se ela deseja amor, ela será libertada se sua alma anseia pela arte, milhões de cores te rodearão...
Se sua alma anseia pela dança aqui há vários caminhos a seguir, há vários véus a cair...
Você pode andar sobre brasas, você pode abrir as porta da magia, ou quem sabe da fantasia, você poderá escolher a porta do conhecimento ou talvez haja em você algum renascimento... se você quer um conto de fadas, pode caminar sobre as nuvens e andar numa carruagem alada.
Mas não se esqueça este é um lugar sagrado há muitas chaves, há muitas portas, você se lembra da toca do coelho? Quantos chás você irá tomar? Em alguns momentos você vai precisar diminuir em outros... você vai precisar crescer, mas precisa se soltar, se soltar, se soltar ate se abandonar... pode ser que você se sinta como se estivesse a cair, mas isso nada mais é, do que sua Alma a se elevar se elevar além do lhe parece real...
Dance se quiser dance conosco seja a dança cigana seja a sua dança, seja a dança do oriente, seja a dança do ventre; dance em roda, dance em circulo, em círculos sagrados; mas venha dançar... venha se encantar, venha conhecer, venha se dar e se doar; venha sentir seu coração pulsar e deixe as palvras de sua boca falar, seu pensamento voar, sua alma flutuar. Sinta seu sangue também há sangue, pois há tantas sedes, há tantas fomes venha não tenha medo de pensar, de dançar, de flutuar, de cantar, de sentir, de pensar, não tenha medo de se encontrar.
Há sereias e golfinhos a nadar, fadas e elfos a voar, deuses e deusas a nos abençoar, pois este é um templo e só aqui que eles podem morar.
Autoras: Jade Devito e Margarete MaãtKaRa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário