Antes de entrar no templo tire seus sapatos, abra seu coração, abra bem seus olhos... Você esta entrando num lugar sagrado, deixe-se invadir pelo que sua alma deseja..., se sua alma deseja cultura, ela será alimentada, se ela deseja amor, ela será libertada se sua alma anseia pela arte, milhões de cores te rodearão...

Se sua alma anseia pela dança aqui há vários caminhos a seguir, há vários véus a cair...

Você pode andar sobre brasas, você pode abrir as porta da magia, ou quem sabe da fantasia, você poderá escolher a porta do conhecimento ou talvez haja em você algum renascimento... se você quer um conto de fadas, pode caminar sobre as nuvens e andar numa carruagem alada.

Mas não se esqueça este é um lugar sagrado há muitas chaves, há muitas portas, você se lembra da toca do coelho? Quantos chás você irá tomar? Em alguns momentos você vai precisar diminuir em outros... você vai precisar crescer, mas precisa se soltar, se soltar, se soltar ate se abandonar... pode ser que você se sinta como se estivesse a cair, mas isso nada mais é, do que sua Alma a se elevar se elevar além do lhe parece real...

A cada palavra em cada vídeo em cada conto poema ou poesia, seja historia ou fantasia, existe um enigma a ser revelado é só você ficar bem atento, e não se esquecer de que este é um templo sagrado.

Dance se quiser dance conosco seja a dança cigana seja a sua dança, seja a dança do oriente, seja a dança do ventre; dance em roda, dance em circulo, em círculos sagrados; mas venha dançar... venha se encantar, venha conhecer, venha se dar e se doar; venha sentir seu coração pulsar e deixe as palvras de sua boca falar, seu pensamento voar, sua alma flutuar. Sinta seu sangue também há sangue, pois há tantas sedes, há tantas fomes venha não tenha medo de pensar, de dançar, de flutuar, de cantar, de sentir, de pensar, não tenha medo de se encontrar.

Há sereias e golfinhos a nadar, fadas e elfos a voar, deuses e deusas a nos abençoar, pois este é um templo e só aqui que eles podem morar.


Autoras: Jade Devito e Margarete MaãtKaRa.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Dança da Moda no Egito - Por Hayat el Helwa

A postagem de hoje foi transcrevida na íntegra pela publicação que a Mestra Hayat el Helwa postou no Grupo Raks Sharki Organic, do qual ela é mediadora. Achei que ela postou de forma objetiva e sucinta as dúvidas das quais nós bailarinas tínhamos em relação ao Shaabi. 
Achei digno divulgar com nossas amigas/leitoras, apreciem o texto desta querida Mestra por todos nós. 


Margarete & Jade. 


                                -       A Dança da Moda no Egito - 
                                                                                               por Hayat el Helwa.   



É com prazer que passo minha experiência aqui no Egito com relação ao Shaabi. Desde 2006 pesquisei e fiz uma imersão maravilhosa e aprendi a amar o Shaabi depois dessa aventura. Surgiu nos anos 70 com a mobilidade da população rural para o Cairo e esse novo estilo refletia e reflete as mudanças sociais egípcias, o qual foi dado o nome de Neo-Mawwal, conhecido popularmente como Shaabi. É importante explicar o que significa o Mawwal ( improvisação Baladi ou Saidi, onde as letras das músicas falam de amor romântico, amizade, modo de vida Baladi. 
No Neo-Mawwal (Shaabi), as letras sãos mais explícitas, fala-se da amizade e do modo Baladi de viver, mas cantando com modulações de linguagem como sarcasmo, metáforas e ironia. 
O maior representante deste estilo foi o famoso cantor Ahmed Adawweya tendo como conteúdo de suas letras o cotidiano e o sentimento popular e atualmente temos muitos, destacando-se entre eles o Saad. 
O Nawwal é usualmente cantado em árabe, o Shaabi (Neo-Mawwal) utiliza a linguagem do dia-a-dia e com muita gíria. Podemos fazer a seguinte comparação - O Mawwal é um canto improvisado com um repente e o Shaabi é pop, rimado e métrico. 
Comparando com a nossa cultura, podemos dizer que é música de periferia, ou seja, o Shaabi é uma música de protesto e mesmo que a maior parte das letras pareça falar de futilidades e um elogio do jeito "popular" de ser egípcio. 


ROUPA E MANEIRA DE SE DANÇAR ESSE ESTILO

O traje é o mesmo que utilizamos para dançar com bastão e também a dança Baladi (mas não é uma obrigação), a eterna Galabya e quanto menos brilhantes tiver, mais original vai ficar. 
No Cairo existe um um local famoso nas montanhas iluminado somente por velas onde de um lado tem uma tenda beduína para a Dança Shaabi e onde temos condições de presenciar os dois estilos simultaneamente. 
As músicas são diferentes, a maneira de dançar e as roupas também. Embora, nesse mesmo local presenciei dançarinas locais dançando com o traje de duas peças e não Galabya.

Como enquadramos esse estilo dentro do nosso show?
Dentro da sua otina oriental essa música deve estar no meio ou no final e nunca no início. Pois o início é o seu mecanse (introdução), escolha colocar num momento em que você gostaria de brincar com o público, sendo primordial saber a letra, pois é uma dança icônica e temos que o tempo todo deve estar transmitindo a intenção do autor através de brincadeiras, gestos, expressões faciais e corporais e o mais difícil tentar ao máximo traduzir com todos esses gestos para quem não entende a língua árabe e o que o autor está querendo dizer. 


Ir até o Cairo, fazer aulas nos festivais, assistir às grandes dançarinas nos grandes hotéis cinco estrelas, isso é importante com certeza, mas muito mais importante para o seu crescimento na dança é conviver com o povo de lá e quando digo povo, quero dizer povo mesmo, os baladis/beduínos. Comer no meio deles, dançar com eles, festejar com eles, sentir a emoção de estar numa tenda beduína com os beduínos e vivenciar os seus costumes. Tive o prazer de vivenciar tudo isso por vários dias! Realmente inesquecível!! 



Hayat el Helwa é professora e bailarina de Dança Oriental e reside no Cairo - Egito.